terça-feira, 17 de julho de 2007

Viagem pela quinta




Entrada a Norte, a partir de pequeno ramal de acesso da Estrada Municipal.
•À entrada, e do lado direito (Oeste), vemos o conjunto de casas dos caseiros (A), composto por: duas casas de habitação, sob as quais encontramos ‘lojas de animais’ e armazéns; um armazém para lenhas com pocilga; e uma azenha, a recuperar, dado que contém, ainda, todas as peças tradicionais, desde a nora, a mover por gado vacum, até às mós em pedra;
•À esquerda, a nascente, vemos dois grandes campos que se destinam às grandes produções necessárias para a manutenção dos caseiros: Milho, batatas, hortaliças;
•Aproveitando a estrada que nos levará até à casa encontramos a plantação de aveleiras, a nascente e campos, onde se vêm árvores de fruto diversas, ladeados por videiras, a poente;
•No topo, a nascente, encontramos a chamada ‘Eira Velha’ (B),
•colocada estrategicamente no ponto mais alto da quinta, onde, diz-se, se sentava Eça para se inspirar enquanto escrevia o seu romance.
•Na Mata (C) vamos encontrar dois caminhos: um circundante, para puro passeio, e um outro que nos leva ao seu interior até um largo, rodeado de ‘sofás’ e ‘cadeiras’, em pedra, vigiados por uma réplica da Torre que havemos de encontrar na Casa, e que, aqui, tinha a função de Pombal.
•Descendo, agora, em direcção à Casa, veremos, abertos no muro que nos está à direita, os nichos de uma Via Sacra
•À nossa esquerda passaremos pelo cipreste (3) que parece querer rivalizar com a Torre, e, em frente, podemos ver já o Tanque das Murtas, no qual, estou certo, não vão resistir à prova da água que para ele não pára de ser jorrada (5).


•Aqui chegados temos duas hipóteses: ou optamos por seguir a ‘estrada’, ou optamos pelo passeio pelo caminho desenhado no jardim, romântico, que, segundo se diz, será a miniatura de um outro que um Paisagista Português produziu num palácio Francês (6);
•Seja qual for a opção chegaremos, à sombra, ao terreiro que envolve os muros exteriores da Casa (7)/(8)/(13);
•Não resistiremos, acredito, antes de entrar no espaço da Casa, de ir ver aquela pequena mas bela construção que serviu, até há pouco, de alambique (9). É outra das instalações que se preconiza dever ser restaurada com rigor, para servir como documento vivo de o que era um alambique nesta zona do Douro;
•Deste terreiro, temos acesso a uma única divisão da Casa, neste caso, e naturalmente, a Adega;
•À esquerda desta vemos um portão, em ferro (12), que dá acesso a um caminho de lajes de pedra, ascendente, que nos pode levar a três entradas situadas na fachada sul da Casa: uma para o corredor de quartos secundários e para o salão; outra para o armazém da casa, a ‘tulha’, a que hoje se chamaria a dispensa; e, subindo as escadas de pedra que nos viraram as costas, a da Cozinha;
•À direita (4) temos uma reentrância, que foi aproveitada para a colocação de mobiliário típico da região, em pedra e que serve para descansar depois do passeio e antes de nos aventurarmos a qualquer das subidas para a Casa: a de sul, de que já falei; e a principal (8)/(13), a norte, que nos mostra os seus três lanços de escadas, que teremos que vencer se, antes de entrar na casa propriamente dita, quisermos perceber porque é que no Século X alguém se lembrou de colocar aqui uma Torre de vigia;


•Subido um primeiro lanço de escadas passamos o Portão e após mais oito degraus temos acesso ao terraço do salão (16), orientado a nascente, onde vemos: a porta de acesso ao salão, voltada a norte, na fachada que recebeu o Brazão da Família dos Pintos; um portão de acesso (17) ao que, quando a Casa foi sede da Capitânia-Mor de Arêgos, seria a prisão para gente do povo; e uma janela, com gradeamento em ferro (18), que serviria de aposento de nobre em situação de detido. Hoje, aquela prisão para o povo está transformada em zona de lagares, talhados em pedra, como qualquer lagariça, prevendo-se a reabilitação do quarto-prisão do nobre para eventual utilização turística;
•Após a primeira parte do segundo lanço de escadas, temos um patamar que nos dá acesso ao quarto-prisão do nobre;
•A segunda parte leva-nos a um pequeno terraço, virado a norte, de onde sai o último lanço, que nos levará à varanda a norte e à capela;
•Resistindo a subir esse último lanço de escadas, vamos então passar para a zona a oeste, ladeada por muralha (22), de onde podemos ver o ribeiro Cabrum, e o leito de uma pequena barragem que lhe impuseram no século XX, percebendo-se que a ideia era vigiar de perto o caminho romano que, neste ponto, ligaria Brácara Augusta a Coninbriga. A ponte da Lagariça, romana, ainda está ali como testemunha da sua função, havendo apenas vestígios da estrada romana que ali passava. Deste ponto, vê-se, em noites sem nuvens, a luz do Grande Porto, apesar de estarmos a mais de cem quilómetros de distância…;
•Mais tarde, em outro documento, falaremos da Casa, porque, sendo a necessidade da sua recuperação que gerou a ideia, será uma peça das mais importantes do projecto que desenhei, mas chegou a hora de falar deste, que lhe pode devolver vida.

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